
O autismo, atualmente conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma síndrome que faz parte de um grupo de desordens do cérebro chamado de transtorno invasivo do desenvolvimento (TID) – também conhecido como transtorno global do desenvolvimento (TGD) e, geralmente, vem acompanhado da deficiência intelectual. Os autistas têm dificuldades de linguagem, socialização e possuem comportamentos repetitivos e restritos.
Tratamentos
Profissionais da reabilitação que atendem a pessoas com deficiências, realizam avaliações específicas de suas áreas, visando compreender o paciente em suas potencialidades e/ou dificuldades. Sendo assim, é possível encontrar diversas alterações e características de um ou outro diagnóstico.
Pessoas com alterações significativas na interação social, dificuldade de contato de olho, fala ausente ou ininteligível, comportamentos repetitivos e inadequados, entre outras características, podem ser classificadas – por fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos – como pessoas com características autísticas ou com transtornos do espectro do autismo, associadas ou não a outras deficiências.
Desta forma, os trabalhos terapêuticos podem ser melhor estruturados conforme as necessidades encontradas.
Na Fonoaudiologia, por exemplo, trabalha-se com pessoas com transtornos do espectro do autismo associados ou não a outras deficiências com métodos alternativos de comunicação, específicos para suas potencialidades e incapacidades.
Seriam eles:
O PECS, também conhecido por sistema de comunicação por troca de Imagens (Picture Exchange Communication System), é um sistema que permite desenvolver a comunicação interpessoal, principalmente em pessoas com dificuldades severas de comunicação (Almeida, Piza Lamônica, 2005), permitindo desenvolver a compreensão, reduzir a frustração de quem tem dificuldade em falar e permite um poder de maior escolha de quem não se expressa oralmente (Pedrosa, 2006).
Deve ser usado por pessoas com dificuldades na linguagem falada, como pessoas com autismo (Pedrosa, 2006), e pretende desenvolver a independência e a espontaneidade da comunicação (Soares, 2006).
Outro método é o ABA, análise aplicada do comportamento, que é uma abordagem para trabalhar o comportamento autista e ensinar novas habilidades concentrando-se em aumentar os comportamentos que apresentem desafios para o autista e diminuir aqueles inapropriados e repetitivos.Você sabia?
Atinge quase 2 milhões de brasileiros
Em crianças é mais comum que câncer, AIDS e diabetes juntos
No mundo, a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que existam mais de 70 milhões de pessoas com autismo
A cada 110 nascimentos, 1 criança é autistaO que é autismo infantil?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social e pela presença de padrões de comportamentos restritos e repetitivos.
Mas antes de atualizações de manuais diagnósticos como o DSM-5 e a CID-11, existiam vários termos separados para definir alguns diagnósticos do espectro, como é o caso do autismo infantil.
Dessa forma, muitas famílias ainda buscam por autismo infantil como forma de encontrar informações e dados verdadeiros para entender melhor as necessidades e individualidades de seus filhos.O autismo infantil em bebês pode ser observado a partir de atraso no desenvolvimento de acordo com os marcos de desenvolvimento, na primeira infância, que vai desde o nascimento até os 6 anos de idade.
Ela é considerada uma janela de aprendizagem e experiências muito poderosas, pois é nesse período em que a criança vivencia as descobertas do mundo, afetos e sensações novas que serão levadas para o resto da vida.
Quando falamos de autismo em bebês, é muito comum que a família comece a ter suspeita de autismo quando a criança tem entre 18 meses e 3 anos de idade. Isso porque, pode ser que o bebê se desenvolva na idade esperada, atingindo marcos como sentar, engatinhar e andar.
Ou pode ser que alguns marcos, quando não atingidos, sejam os primeiros sinais de alerta para que a família ou pessoa cuidadora busque ajuda médica especializada, após observar um desenvolvimento atípico.
É muito importante lembrar que nem todos os bebês com autismo apresentam todos os sinais de autismo infantil, e muitos que não estão no espectro podem apresentar alguns deles. Por isso, a avaliação profissional é um passo fundamental nessa suspeita!
Como identificar o autismo em bebês?
Existem alguns sinais de autismo em bebês que são mais comuns e podem gerar dúvidas e alerta nos pais, como a demora para desenvolver a fala. Além disso, a insistência na rotina ou as “birras” quando algo foge do controle também são um sinal de que a criança tem dificuldade de lidar com mudanças inesperadas na rotina.
Outro sinal muito conhecido por famílias atípicas é o pouco ou nenhum contato visual com outras pessoas ao redor. No caso de bebês, um momento em que muitas mães percebem isso é durante a amamentação.
Outros dois sinais bem presentes em bebês com autismo são as ecolalias — quando a criança tende a repetir palavras ou frases sem a intenção de se comunicar — e as estereotipias, que são comportamentos repetitivos, com função de regulação emocional muitas vezes.
As famílias podem ficar atentas aos sinais mais comum de autismo em bebês durante os 12 a 24 meses de vida, principalmente quando:
Bebê não responde quando é chamado – ao chamar pelo nome, o bebê já consegue virar em direção do som para se comunicar, indicando que já entendeu que o nome pertence a si.Desenvolvimento infantil na primeira infância
Quando a criança passa pela fase da primeira infância, ou seja, seus anos iniciais, é natural que ela comece a interagir com o mundo ao redor.
Principalmente com as pessoas do núcleo familiar, e isso interfere, por exemplo, não só entre a relação de uma conversa ou interação durante uma brincadeira, mas sim com todo o entorno da família como: rotinas, alimentação, ambiente, etc.
Para a criança autista, é fundamental oferecer previsibilidade, por isso, é muito comum que pessoas autistas se irritem quando algum compromisso surge de uma hora para a outra.
Como falamos, a irritabilidade causada pela falta de rotina e previsibilidade é um dos sinais do autismo infantil.
E essas mudanças podem ser imperceptíveis para a pessoa cuidadora, mas faz toda diferença para a criança no espectro.
Muitas vezes, não é apenas um compromisso novo na agenda que causará estresse, uma mudança no ambiente também pode incomodar, como trocar o lençol da cama, ou mudar a marca do achocolatado, por exemplo.
Outros sinais de autismo infantil são:
- Pouco contato visual;
- Dificuldade na comunicação e de se expressar (sentimentos, ideias, gostos, etc);
- Não responder o próprio nome quando for chamado;
- Comportamentos repetitivos;
- Maior sensibilidade ao ambiente, principalmente com sons, cheiros, luzes, etc;
Outros sinais também podem ser observados na interação social, onde a criança tem dificuldade em se envolver na brincadeira de outras crianças, e prefere brincar sozinho, ou até mesmo não responde um sorriso quando alguém lhe sorri, e evita qualquer contato visual (não olha nos olhos).
Na comunicação, a criança pode apresentar sinais tanto na ausência da fala, quanto no excesso da fala e, muitas vezes, ao falar demais, a criança não apresenta uma linguagem funcional, ela apenas balbucia ou repete uma frase de ação que está acostumada.
Outro ponto importante a salientar na comunicação, é que a pessoa no espectro tem dificuldade de entender piadas, ironias e mentiras.
E quando falamos de sinais comportamentais, podemos observar que no autismo infantil, a criança pode parecer mais agitada do que o normal, além de ter comportamentos repetitivos, como sacudir as mãos, os pés, bater palma, etc.
É muito comum também que a criança com TEA tenha um hiperfoco, e goste de algo muito específico, como um personagem de desenho animado, uma cor específica, uma canção, etc.
Quais são as terapias indicadas para o autismo infantil?
As terapias e intervenções para pessoas no espectro são fundamentais para proporcionar saúde, bem-estar e ainda promover o desenvolvimento de habilidades afetadas pelo TEA.
É importante ressaltar que o autismo não é uma doença, e, por isso, não existe cura.
É indicado que as intervenções em crianças autistas sejam feitas por uma equipe multidisciplinar, transdisciplinar e interdisciplinar, juntamente a uma orientação parental, para dar suporte às pessoas cuidadoras, com orientações e treinamentos para lidar com possíveis comportamentos desafiadores no cotidiano.
Além de salientar a importância de manter o autocuidado e cuidar da saúde mental de quem cuida.
As terapias mais indicadas para tratamento do autismo são aquelas cujas práticas são baseadas em evidências científicas. Isso significa que os pesquisadores forneceram um nível aceitável de pesquisa que mostra que a prática produz resultados positivos para crianças, jovens e ou adultos com TEA.
Essas intervenções são feitas geralmente por profissionais da área de Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Psicologia, Pedagogia, Educação Física, e muito mais.
Uma intervenção até indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é a Terapia da Análise do Comportamento Aplicada, a Terapia ABA, cujas intervenções pretendem reduzir comportamentos desafiadores para a pessoa com TEA e ensinar habilidades essenciais para seu desenvolvimento.
A principal função das intervenções e terapias para autismo é auxiliar no desenvolvimento e crescimento de cada um.
É muito importante que essas intervenções sejam adaptadas de acordo com a pessoa, por isso a jornada pode variar muito.
Quando o acolhimento é feito de forma individualizada, toda pessoa pode crescer com sua independência e atingir todo o seu potencial.
Conclusão
Como falamos, mesmo o autismo infantil não sendo um termo mais usado para descrever um diagnóstico de TEA, ele é um transtorno do neurodesenvolvimento que precisa de apoio e intervenções adequadas.
Ao reconhecer os sinais precoces, buscar diagnóstico e implementar estratégias individualizadas, é possível ajudar as crianças autistas a alcançarem seu máximo potencial e promover uma sociedade mais inclusiva e acolhedora.
Lembre-se sempre de buscar informações atualizadas e baseadas em evidências, e de valorizar o potencial único de cada criança.
Bebê não reage a nenhum som – é esperado que o bebê olhe em direção ao som, seja ao chamado da pessoa cuidadora, de algum brinquedo ou até mesmo o barulho de algo caindo no chão. A reação esperada é que ele volte a atenção em direção ao barulho;
Bebê não emite nenhum som – a importância do som vindo dos bebês é justamente apresentar algum tipo de interação com as pessoas cuidadoras, seja por gemidos e balbucios, o bebê tende a reproduzir sons quando deseja alguma coisa, por exemplo, emitir um “ma” e “ba” quando algum familiar está próximo. O bebê com TEA também não chora, o que já é esperado logo nos primeiros dias de vida.
Bebê não tem, ou não imita as expressões faciais – é esperado que bebê já consiga sorrir aos 2 meses de vida, ele já reproduz a expressão facial quando reconhece a pessoa cuidadora, ou até mesmo quando se encanta com alguma situação; e eles sorriem principalmente quando estão próximos da pessoa cuidadora, indicando que a expressão facial é direcionada a ela. Além disso, é comum que os bebês coloquem a língua pra fora, bocejem, arregalem os olhos para imitar a expressão facial de alguém.